Metro sentido Corinthians-itaquera.
Por volta da estação Santa Cecília entra um senhor.
Este senhor, denominado mendigo, veste um paletó de linho bem grosso, camisa social, calça também social, sapatos e chapéu de couro. Carrega consigo uma maleta.
O paletó já esta rasgado, a calça cheia de bolinhas. Sua camisa rosada tem manchas apretejadas nas mangas e colarinho. Os sapatos juntamente com o chapéu de couro marrom, estão carcomidos.
No banco que se sentou ninguém o acompanha. Somente os desavisados ou sem a capacidade de sentir de imediato o odor proferido.
Cansado dos que sentam ao seu lado o notar, e em específico olfativamente, resolve colocar sua mala - em igual estado ao dono - no acento ao lado.
Uma senhorita que o notou quando estava sentada ao lado do pobre via-se agora de pé, mas ainda ao redor. Incomodava-se demasiadamente com o odor lançado às voltas pelo mendigo.
Tão incomodada que era impossível não repará-la... E nele por conta dela.
De forma que o seu cheiro fosse sugestionado pela jovem ao vagão inteiro.
Graças a ela e seu notável incomodo o mendigo ameaça se retirar.
Ela se antecipa e desce na estação Carrão dramaticamente. E o mendigo desce uma estação depois.
O vagão toma de volta o costumeiro ofício de devolver os trabalhadores, estudantes, vagabundos, mendigos ou simples moradores da Zona Leste de São Paulo, as suas respectivas casas ou espaços.
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